Google Google+ Mimalhices Diárias: A minha vida académica: De Caloira a Veterana

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A minha vida académica: De Caloira a Veterana

Estou a escrever isto na sequência de todas a opiniões que tenho ouvido sobre as praxes e o acidente que ocorreu no Meco.
Sou uma apaixonada pela minha faculdade, e estou muito orgulhosa do tempo que passei lá, como caloira até veterana. Desde nova que sonhava ir para a faculdade e trajar, e portanto para mim, o primeiro dia de faculdade chegou cheio de expectativas de como seria...
As praxes foram fantásticas, sem ultrapassarem limites, com um bom ambiente sempre, e uma entre ajuda entre veteranos e caloiros. Chegamos tão verdinhos á faculdade pela primeira vez, sem sabermos o que fazer e não fazer... E foi no meio das praxes que conheci muitas das pessoas com quem ainda hoje falo, e que me explicaram o funcionamento das aulas, o ambiente, transportes, apontamentos, espírito académico, tudo o que necessitamos quando chegamos a um ambiente completamente diferente. Conhecemos uma independência e aprendemos a ser autodidactas, algo que não temos no secundário.
E isto foi o que passei aos meus afilhados... Criei uma familia gigante de afilhados, primas, avós .. Porque depois existem várias regras sobre as famílias académicas, e ainda hoje me preocupo com eles, como que uma espécie de mãezinha para a faculdade. Afinal de contas, muitos dos novos alunos das faculdades, caiem de para-quedas numa cidade que não conhecem e por vezes em cursos que não tem noção de como será o seu funcionamento. De que outra forma eles iriam ter comigo para fazer as perguntas?
No meio de todas as brincadeiras que servem de desculpa para nos conhecermos e criar algum espírito de familiaridade uns com os outros, existem também as regras que são ensinadas no primeiro dia de praxe. Todos os caloiros recebem instruções para não ultrapassarem os limites, para dizerem "não" quando se sentem menos á vontade, para não existirem brincadeiras que possam ser perigosas, e principalmente existir um respeito entre todos. Mas não são só os caloiros que recebem estas instruções, nós duques e veteranos também as temos, e também somos relembrados sobre elas todos os anos.
No entanto, para infelicidade de todos, existem os abusadores, tanto do lado dos caloiros, como dos lado dos praxantes. Quantas vezes não refilei com praxes que não tinham nada haver comigo? Não era eu a praxar, nem eu a ser praxada, mas fui lá á mesma. Existem limites, existem perigos, e acima de tudo isto é uma brincadeira, não é um abuso de poder, e não é um obrigatoriedade fazer tudo, principalmente se há alguma limitação. Várias vezes, alguns caloiros pediram-me para não fazer isto ou acolá porque lhe doía qualquer coisa, ou porque precisava de sei lá o que.. Ok, estás á vontade.. Há tolerâncias que devem ser dadas.Se for apenas algumas praxes que não foram compridas, não é por isso que não vão trajar ou praxar.
Claro que aconteceu também existirem pessoas que abusam, não foram praxadas e depois trajam e acham que podem andar a mandar em tudo, lá está, abuso de poder... Não faz sentido. Tem que existir bom senso.
Eu só espero que isto não destrua as praxes em Portugal. E espero também que as minhas dicas passem pela minha família académica, dos meus afilhados para as minhas netas (afilhadas dos meus afilhados) e assim sucessivamente.. Eu cá estarei sempre pronta a ajudar todos os caloiros, porque tal como eu fiquei desorientada nos primeiros tempos, eles também estão, e pelo menos não irão dizer tantas vezes: "se eu soubesse que esta cadeira era assim".
Comentários
1 Comentários

1 comentário:

  1. Bem, só espero que as praxes da minha futura faculdade sejam como as da tua! :)

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